SUSTENTABILIDADE

Rodovia a partir das cinzas de carvão

12/06/2019

 

A EDP e a Eneva entregaram, dia 11 de junho, a primeira estrada do Ceará feita com cinzas de carvão na pavimentação. Os resíduos são subprodutos da geração de energia elétrica do Complexo Termelétrico de Pecém, no Ceará, composto pela UTE Pecém I (sob a gestão da EDP Brasil) e pela UTE Pecém II (administrada pela Eneva). 
 
As cinzas de carvão são utilizadas em duas camadas que formam a base da rodovia, sendo que em uma delas substituem 50% de solo comum. Na outra, vão representar 95% da composição. A estrada tem 1,3 km de extensão e 12 m de largura. O estudo para desenvolvimento do composto começou em 2015 e tem a participação da Universidade Federal do Ceará (UFC). O projeto recebeu investimentos de R$ 4,1 milhões e receberá caminhões com insumos, ônibus de transporte de funcionários e veículos particulares. O ganho ambiental ocorre pela utilização de cinzas do carvão – subprodutos da geração de energia – como matéria-prima. 
 
“A EDP tem como marca o investimento contínuo em inovação, sustentabilidade e governança. A inauguração dessa estrada deixa um legado e mostra que as atitudes da empresa justificam o reconhecimento, como o do Índice de Sustentabilidade Empresarial (ISE) da B3. A substituição do solo natural na composição do asfalto traz ganhos ambientais e econômicos”, explica Lourival Teixeira, diretor de geração da EDP Brasil. A UFC vai elaborar um Manual de Uso contendo normas e instruções de serviço que servirão de apoio e incentivo à concepção de pavimentos com utilização das cinzas oriundas de termelétricas.
 
Esta não é a primeira pesquisa da EDP com o objetivo de reutilizar as cinzas de carvão. Em 2016, a unidade administrativa da UTE Pecém investiu cerca de R$ 5,8 milhões em estudos para investigar a adição desses resíduos à massa que forma os blocos de concreto utilizados na construção das paredes, na massa do meio fio e no calçamento externo da unidade (tanto nos passeios quanto nas pistas de circulação de veículos). Desenvolvida em conjunto com a UFC e Faculdade de Tecnologia do Nordeste (Fatene), a composição utiliza 95% de insumo tradicional e 5% de cinza. As peças pré-moldadas são feitas com adição de cimento e de uma série de outros componentes. Os agregados mais tradicionais são areia e pó de pedra. Nesse caso, uma parte desses materiais foi substituída pela cinza.