Partículas de ouro viram energia química
Uma tecnologia vem sendo desenvolvida na Austrália do Sul para armazenar energia solar como uma alternativa ao suprimento de baterias. Pesquisadores da Universidade de Flinders e da Universidade de Adelaide, em parceria com diversas instituições internacionais, estão transformando energia solar em energia química na forma de metano e metanol.
O processo utiliza nano-clusters dinâmicos, que consistem em um número específico de átomos de ouro metálicos que interagem com as moléculas na luz UV. A equipe desenvolveu um dispositivo em escala laboratorial e tem testado sua eficácia usando luz ultravioleta artificial. Os pesquisadores dizem que a tecnologia tem potencial para aplicações industriais, comerciais e domésticas. O Exército dos Estados Unidos mostrou-se interessado em utilizar o processo como gerador móvel, o que permitiria que tropas em campo armazenassem energia, e já colobora no financiamento do projeto.
O pesquisador principal, Gunther Andersson, disse que, à medida que o mundo se movia para implementar mais iniciativas de energia renovável, havia uma crescente necessidade de armazenamento mais confiável. "Isso não é totalmente uma nova ideia - armazenamento de energia química - mas a coisa que é especial em nosso trabalho é que nós usamos nano-clusters específicos, que fazem a conversão muito mais eficiente", disse. "Usando um catalisador baseado em ouro temos um produto cerca de dez vezes melhor do que um catalisador convencional”. O pesquisador diz ainda que o produto de laboratório está funcionando de forma bastante eficiente, pelo menos em termos de pesquisa, e que a equipe começa a ampliar o projeto para ser testado nos próximos meses. A tecnologia tem potencial para ser utilizada em larga escala para iluminar uma cidade ou na iluminação de uma residência.
A forma dinâmica dos nano-clusters torna os catalíticos ativos, criando uma produção mais eficiente de energia química na forma de metanol ou metano. O professor Andersson disse que esses materiais eram substâncias ideais porque já estavam em uso freqüente e facilmente armazenados. "Obter baterias de longa duração por um preço razoável é um grande desafio no momento, além de se ter o problema de que os produtos químicos que usados em baterias não são muito ecológicos”. De acordo com um relatório recente do Fórum Econômico Mundial, o custo da energia solar é agora o mesmo ou mais barato do que o combustível fóssil em mais de 30 países e diminuiu a uma taxa anual de 20%.
O dispositivo de armazenamento solar do Professor Andersson é uma colaboração internacional envolvendo pesquisadores da Universidade Flinders, Universidade de Adelaide, Universidade de Canterbury, Universidade de Victoria e Universidade de Utah.