TECNOLOGIA

Partículas de ouro viram energia química

09/02/2017

 

Uma tecnologia vem sendo desenvolvida na Austrália do Sul para armazenar energia solar como uma alternativa ao suprimento de baterias. Pesquisadores da Universidade de Flinders e da Universidade de Adelaide, em parceria com diversas instituições internacionais, estão transformando energia solar em energia química na forma de metano e metanol.

O processo utiliza nano-clusters dinâmicos, que consistem em um número específico de átomos de ouro metálicos que interagem com as moléculas na luz UV. A equipe desenvolveu um dispositivo em escala laboratorial e tem testado sua eficácia usando luz ultravioleta artificial. Os pesquisadores dizem que a tecnologia tem potencial para aplicações industriais, comerciais e domésticas. O Exército dos Estados Unidos mostrou-se interessado em utilizar o processo como gerador móvel, o que permitiria que tropas em campo armazenassem energia, e já colobora no financiamento do projeto.

O pesquisador principal, Gunther Andersson, disse que, à medida que o mundo se movia para implementar mais iniciativas de energia renovável, havia uma crescente necessidade de armazenamento mais confiável. "Isso não é totalmente uma nova ideia - armazenamento de energia química - mas a coisa que é especial em nosso trabalho é que nós usamos nano-clusters específicos, que fazem a conversão muito mais eficiente", disse. "Usando um catalisador baseado em ouro temos um produto cerca de dez vezes melhor do que um catalisador convencional”. O pesquisador diz ainda que o produto de laboratório está funcionando de forma bastante eficiente, pelo menos em termos de pesquisa, e que a equipe começa a ampliar o projeto para ser testado nos próximos meses. A tecnologia tem potencial para ser utilizada em larga escala para iluminar uma cidade ou na iluminação de uma residência.

A forma dinâmica dos nano-clusters torna os catalíticos ativos, criando uma produção mais eficiente de energia química na forma de metanol ou metano. O professor Andersson disse que esses materiais eram substâncias ideais porque já estavam em uso freqüente e facilmente armazenados. "Obter baterias de longa duração por um preço razoável é um grande desafio no momento, além de se ter o problema de que os produtos químicos que usados em baterias não são muito ecológicos”. De acordo com um relatório recente do Fórum Econômico Mundial, o custo da energia solar é agora o mesmo ou mais barato do que o combustível fóssil em mais de 30 países e diminuiu a uma taxa anual de 20%.

O dispositivo de armazenamento solar do Professor Andersson é uma colaboração internacional envolvendo pesquisadores da Universidade Flinders, Universidade de Adelaide, Universidade de Canterbury, Universidade de Victoria e Universidade de Utah.