Investimentos de R$ 4 bilhões em alumínio e bauxita

20/08/2021
Projeto denominado “Projeto Bauxita Rondon”, será desenvolvido no município paraense de Rondon do Pará.

 

A Companhia Brasileira de Alumínio (CBA) prepara investimento de R$ 4 bilhões, nos próximos cinco anos, para ampliar a capacidade de produção de alumínio e aumentar a exploração de bauxita. O projeto de produção de bauxita, denominado “Projeto Bauxita Rondon”, será desenvolvido no município paraense de Rondon do Pará e, segundo declaração do presidente da CBA, Ricardo Carvalho, ao Valor Econômico, a empresa procura um parceiro investidor ou de contratos para tocar o projeto de longa duração. 

Carvalho diz que a CBA já tem as licenças prévias concedidas, as reservas auditadas e no momento a companhia está na etapa de viabilização do projeto. “Estamos conversando com possíveis investidores para definir o projeto de produção de bauxita até o final de 2022”. 

A capacidade prevista de extração do projeto no Pará é de 18 milhões de toneladas anuais de bauxita para atender a mercados como china e Oriente Médio. “Em uma primeira fase, a capacidade de produção será de 4,5 milhões de toneladas de bauxita, volume que pode aumentar em outros módulos de 4,5 milhões de toneladas até atingir a capacidade máxima”. 

Cada projeto da CBA deve receber 50% do valor total de investimentos (R$ 2 bilhões) que, no caso da bauxita, serão alocados no desenvolvimento de mina e logística. A CBA já entrou em contato com a VLI para escoar a produção pela Estrada de Ferro Carajás (EFC) e planeja ainda a construção de um terminal no Porto de Itaqui (MA). Para exportar o minério, porém este projeto ainda está em análise. 

Os outros R$ 2 bilhões serão investidos no aumento da produção de alumínio primário e em reciclagem. A CBA irá religar as salas 1 e 3 da usina no município de Alumínio (SP), o que deverá adicionar 80 mil toneladas às 350 mil toneladas de capacidade atual da empresa. “O objetivo é substituir as importações atuais de alumínio primário e focar toda a produção para atender ao mercado interno”, disse Carvalho. O aumento da capacidade de produção acontecerá de forma escalonada até 2025. 

O presidente da CBA disse que a sala de fornos 3 será religada no final de 2022, e que para retomar a produção de alumínio primário a CBA deverá investir em energia renovável. Atualmente, a CBA consome 1,4 GW e gera 700 MW. “O objetivo é ampliar a produção de energia limpa para conseguir atender à expansão da capacidade. Já temos um projeto de energia solar programado para Goiás”. 

Além de ampliar a produção de alumínio primário, a CBA irá aumentar a reciclagem da produção de tarugos. “Nossa usina de Araçariguama (SP), a Metalex, usa mais de 60% de sucata para produzir tarugos. “A ideia é que uma nova linha processe o material de mercado e retire as suas impurezas”. O objetivo é ter mais de 80% da produção por meio da sucata”, comenta Carvalho. O projeto de reciclagem propiciará à CBA expandir a capacidade de produção em 50 mil toneladas anuais. Até o final de 2025, a empresa será capaz de produzir, entre alumínio primário e sucata, 580 mil toneladas de alumínio por ano, o que significa um acréscimo de 130 mil toneladas anuais.