BARCARENA

Hydro Alunorte contesta contaminação

12/04/2018

 

Em entrevista coletiva realizada em Belém, no dia 9 de abril, a Hydro Alunorte contestou os relatórios emitidos pelo Instituto Evandro Chagas de que teria havido contaminação nos rios e áreas vizinhas à refinaria da empresa causada por vazamentos das bacias de rejeitos de bauxita. 
 
A contestação foi feita com base nos relatórios da empresa SGW Services, contratada pela Hydro, que afirmou ter realizado amostragens das águas superficiais (rios Pará e Murucupi), de poços profundos no entorno da refinaria e de solos. Segundo Andrea Aluani, da SGW, “as amostragens não identificaram contaminação significativa”, embora tenham sido encontrados metais pesados acima dos limites permitidos pelo CONAMA. Um dos argumentos usados pela SGW para contestar os laudos do Instituto Evandro Chagas foi que a instituição não tinha credenciamento do Inmetro para aquele tipo de análise. As afirmações da SGW foram rebatidas pelo IEC, o qual afirmou que “relatórios privados encomendados”  não invalidam suas análises.
 
A Hydro Alunorte admitiu, no entanto, que realizou o “descarte controlado” de água não tratada, “com pH ajustado”, o que teria “impacto pouco significativo”. De acordo com o presidente e CEO da Hydro Alunorte, Svein Brandtzaeg, o descarte foi feito porque a estação de tratamento de água teve sua capacidade reduzida pela metade, devido a uma falha provocada “por descarga elétrica”. E assegurou que “não houve transbordamento das bacias de rejeitos” Ele admitiu que as bombas não tinham capacidade para atender a situações extremas e informou que a empresa vai investir cerca de R$ 200 milhões para ampliar o sistema de tratamento de água em 50% e aumentar a capacidade de armazenagem de rejeitos. A empresa também vai desenvolver um estudo para fechamento de um dos depósitos de rejeitos (DSR1). 
 
A Hydro Alunorte também informou que não aceitou o TAC (Termo de Ajustamento de Conduta) proposto pelo Ministério Público Federal no Pará porque o mesmo se baseava nos laudos do Instituto Evandro Chagas, que a empresa contesta. Mas entrou com uma ação na justiça pleiteando que o MPF retome as negociações. 
 
O vice-presidente interino de bauxita e alumina da Hydro, Eivind Kallevik, anunciou as medidas de curto prazo que serão adotadas pela empresa, como a melhoria da Estação de Tratamento de Água, adoção de novas medidas ambientais e ampliação da capacidade de armazenamento de rejeitos. E aproveitou a ocasião da coletiva de imprensa para fazer o lançamento do plano “Iniciativa Sustentável para Barcarena”, no qual serão investidos R$ 100 milhões no prazo de 10 anos e que deverá ser gerenciado por uma entidade independente da Hydro Alunorte.