VALE/BHP

Fundo recuperação do rio Doce

28/11/2015

 

A Vale e a BHP Billiton anunciaram, em 27 de novembro, a criação de fundo voluntário e sem fins lucrativos, com a Samarco, para a recuperação do rio Doce e seus afluentes, afetados pelo acidente da barragem de Fundão no começo do mês. Inicialmente, o fundo será capitalizado com recursos da Vale e BHP, sócias na Samarco. O objetivo é angariar apoio financeiro adicional de outras instituições privadas, públicas e ONGs. O valor inicial está em fase de definição. O objetivo, porém, é que os recursos permitam o funcionamento do fundo por um período de longo prazo.

O fundo criado terá um comitê para orientar investimentos e cuidar da aprovação orçamentária. Ainda não foi defino o número de participantes, mas a proposta é que haja representantes dos setores público e privado. Haverá também uma equipe responsável pelo seu gerenciamento, de acordo com as metas estabelecidas. O fundo contará com uma auditoria independente. Neste momento, a Vale e a BHP estão concluindo as discussões sobre governança, escopo, termos financeiros, além das discussões com stakeholders, para garantir que o fundo possa ser colocado em prática o mais rapidamente possível.

Entre as principais ações do fundo está à recuperação do rio Doce e seus afluentes, recomposição da mata ciliar e da qualidade da água e da fauna aquática, além do resgate da biodiversidade da Bacia do Rio Doce. "É um desejo da Vale unir todos os esforços, buscando apoio da sociedade, dos setores público e privado, para contribuir no processo de recuperação desta importante bacia hidrográfica brasileira, berço da Vale", afirma o Diretor-presidente da Vale, Murilo Ferreira. Grande parte da lama proveniente da barragem ficou depositada na calha do rio Doce. Então, a recomposição da bacia será feita através de rios como Piranga, Casca, Matipó, Piracicaba, Santo Antônio, Corrente, Caratinga, Suaçuí Pequeno, Suaçuí Grande, Manhuaçu e Guandu, que ficaram ficaram intocados e vão se encarregar de renovar a água e a vida no Rio Doce.

O fundo vai utilizar mudas da Reserva Natural Vale (RNV) no projeto de recomposição da mata ciliar do Rio Doce. Com 23 mil hectares e mantida pela empresa em Linhares (ES) desde 1950, a RNV tem um viveiro com capacidade instalada para produção de 3 milhões de mudas de espécies nativas por ano, podendo alcançar uma produção de mais de 5 milhões de mudas. Na RNV, já foram catalogadas mais de 2.800 espécies vegetais, cerca de 1.500 espécies de insetos, mais de 110 de mamíferos, além de 380 aves, o que corresponde a cerca de 20% das espécies de aves registradas em todo o país.