Equipamentos autônomos conduzem à transformação digital

28/06/2022
Mineradora prevê até o fim do ano 86 ativos controlados remotamente.

Por Augusto Diniz

O primeiro projeto da Vale com caminhões autônomos ocorreu de forma silenciosa, em 2016, na mina de Brucutu, em São Gonçalo do Rio Abaixo (MG). Alguns anos antes, no Terminal Marítimo de Ponta da Madeira, em São Luís (MA), equipamentos semiautônomos no pátio já movimentavam minério de ferro, indicando um caminho sem volta para a empresa.

Hoje, já são 72 equipamentos autônomos operando em quatro estados e até o final de 2022 serão 86. Mas essa é apenas uma face da transformação digital na Vale, que inclui ainda realidade virtual, Building Information Modeling (BIM) e inteligência artificial (IA).

As mudanças inserem a empresa no novo cenário da mineração global de busca de práticas mais eficientes e sustentáveis.

Caminhões com mais vida útil

Os projetos de equipamentos autônomos da Vale se concentram atualmente em quatro estados. Dois deles onde a Vale atua na exploração de minério (Minas Gerais e Pará) e dois onde a mineradora tem operações de logística: Rio de Janeiro e Maranhão.

A primeira experiência com caminhões autônomos em Brucutu apresenta números que apontam para melhoria em vários aspectos, de acordo com dados da própria Vale. Os pneus, que têm alto custo operacional em uma mina, tiveram um acréscimo de 25% na sua vida útil – uma economia e tanta para um item que chega a custar US$ 40 mil a unidade. Já o aumento da vida útil dos motores foi de 25%, o que gerou redução de custo significativa, já que em cada troca de motor os gastos alcançavam R$ 2,5 milhões, segundo a mineradora.

A velocidade máxima dos caminhões em Brucutu, que era de 40 km/h, chegou a 60 km/h nos veículos autônomos. Com isso, a produtividade horária, medida pela quantidade de minério de ferro transportada por hora, teve aumento de cerca de 10%. Os testes com autônomos foram então estendidos no complexo de mineração da Vale em Carajás, no Pará. Lá, o projeto se encerrou em setembro do ano passado, mas a empresa ainda não concluiu os resultados.

Atualmente, não há caminhões autônomos em teste, mas sim 24 em operação, sendo 13 em Brucutu – em operação desde 2018 - e 11 em Carajás.

Leia a matéria completa na edição 421 de Brasil Mineral