BENS DE CAPITAL

Câmbio afeta desempenho do setor

26/10/2016

 

A indústria brasileira de bens de capital fechou o mês de setembro com uma queda de -3,1% na receita líquida total em relação ao mês de agosto de 2016 e de -19,2% quando comparado a setembro de 2015. Os números foram divulgados pela Abimaq que apontou, no ano de 2016, uma redução acumulada de -27,8% no total das receitas do setor. Mas quando se analisa a receita líquida interna (ou seja, sem considerar as exportações), o baque foi bem maior, com queda de -43,1%, apesar de uma variação positiva de 2% no mês de setembro. Para a Abimaq, “apesar desta base bastante reduzida, os dados dos últimos meses indicam estabilidade no desempenho”.

O consumo aparente, por sua vez, caiu -7,8% em setembro de 2016, acumulando um total negativo, no ano, de -26,8%. De janeiro a setembro, o consumo de máquinas e equipamentos somou R$ 78,6 bilhões.

As exportações do setor, no mês de setembro, registraram uma queda de -11,9% em relação a agosto e de -10,% sobre o mesmo mês do ano passado, mas no acumulado do ano apresentou um crescimento de +1,0% em relação a 2015. Apesar disto, a entidade afirma que “a apreciação do Real ocorrida em 2016 não só anulou os ganhos de competitividade dos produtos nacionais em relação às demais moedas como, a partir do fim do primeiro trimestre, voltou a prejudicar a competitividade da indústria de transformação brasileira”. Para a Abimaq, o câmbio necessário para que a indústria de máquinas se mantenha competitiva varia entre R$ 3,65 a R$ 3,70 por dólar, portanto bem acima do patamar em que se encontra atualmente.

A entidade também aponta que o desempenho das importações mantém tendência de forte queda desde o início de 2014 e no ano a queda acumulada das importações do setor ficou em -18,5%, tendo havido “redução da entrada de quase todos os tipos de máquinas”. No mês de setembro houve crescimento de importação apenas no segmento de máquinas para petróleo e energia renovável.