SGB-CPRM lança projeto Ametista no RS

26/08/2021
O estudo apresenta um modelo que indica a possibilidade da existência de jazidas de ametistas sob as camadas de ágatas.

 

O Serviço Geológico do Brasil (SGB-CPRM) irá lançar, dia 31 de agosto, estudo de prospecção para ametista e ágata na fronteira sudoeste do Rio Grande do Sul. 

A empresa realizou trabalhos de campo e aplicou métodos geofísicos que sugerem que as ametistas dos jazimentos de classe mundial do distrito geológico Los Catalanes, Uruguai, avançam nas áreas de municípios da fronteira sudoeste gaúcha. O estudo apresenta um modelo que indica a possibilidade da existência de jazidas de ametistas sob as camadas de ágatas. O Projeto Ametista busca fomentar o aproveitamento econômico dos depósitos de gemas que ocorrem em áreas contíguas aos jazimentos de Los Catalanes. 

Atualmente, a região gaúcha produz ágatas, pedras de menor valor, já que não podem ser lapidadas como as ametistas, que têm maior valor agregado. O trabalho do SGB-CPRM indica a grande potencialidade para ametistas, consolidando a liderança do Brasil no mercado mundial desta gema e estimulando arranjos produtivos locais, com a geração de novos empregos e renda. 

Segundo as lavras visitadas pelo SGB-CPRM, a expectativa é de uma produção de 1.689 toneladas de ametista ao ano no lado uruguaio. A pesquisadora responsável é a geóloga gaúcha, Magda Bergmann, que lembra que a geologia não respeita fronteiras, ou seja, é a mesma litologia, basaltos, no lado uruguaio e brasileiro. O Rio Grande do Sul já é o maior produtor mundial de ágatas e ametistas. O estudo completo de Áreas de Relevante Interesse Mineral (ARIM): modelo prospectivo para ametista e ágata na fronteira sudoeste do Rio Grande do Sul pode ser conferido no http://rigeo.cprm.gov.br/jspui/handle/doc/18795

A extração de ametista é realizada em oito municípios gaúchos, mas principalmente em Ametista do Sul. São mais de 200 garimpos na região e cerca de 95% da produção é exportada para China, Estados Unidos e países da Europa. O setor movimenta cerca de R$ 500 milhões anuais para a economia do estado, porém, em 2020, houve uma retração de 10%, embora o dólar valorizado tenha ajudado na recuperação. Em Soledade, a indústria representa 50% da economia; o número é ainda maior na cidade de Ametista do Sul, onde o setor corresponde a 70% da atividade econômica.

Após o lançamento do Projeto Ametista, será realizada uma live na forma de visita virtual. Parte do acervo de minerais e rochas será mostrada ao público, permitindo o acesso à distância da coleção do Geo Museu, com comentários de um geólogo, destacando a importância dos diversos bens minerais na vida cotidiana.