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Para especialista, mineradoras precisam fortalecer governança

24/09/2021
"Há um movimento global de fortalecimento da governança corporativa nas mineradoras, como uma forma de proteger o setor"

 

Segundo a consultoria ambiental Ramboll, o crescimento e fortalecimento do conceito ESG levará o setor mineral brasileiro a rever suas estruturas internas para fortalecer a governança corporativa. "Há um movimento global de fortalecimento da governança corporativa nas mineradoras, como uma forma de proteger o setor, atrair investidores e afastar possíveis casos de suborno e corrupção e danos na imagem das empresas, como a ocorrida no projeto Simandou, na República da Guiné, na África Ocidental", explica Ricardo Camargo, diretor da Ramboll e especialista em mineração. O diretor explica que qualquer projeto de mineração tem mais de 15 ou 20 anos. "É importante ter a governança estruturada, para que possa haver continuidade e ganhos na reputação e sustentabilidade", completa.

O executivo da Ramboll diz ainda que a mineração tem agido cada vez mais para que a governança seja mais valorizada como estratégia central do negócio. “Internacionalmente, o movimento é bem forte, tanto pelas empresas como pelos investidores e acionistas, mas no cenário brasileiro é ainda é recente”. Mas, segundo Camargo, depois dos acidentes em Mariana e Brumadinho, houve um movimento em busca de um aumento no rigor dos monitoramentos e controles das barragens. "Mas uma abordagem estratégica de governança que faça uma melhor gestão dos riscos ainda precisa ser melhor implementada e difundida nas empresas", completa. 

O processo de adoção de uma abordagem estratégica de ESG nas empresas de mineração é o mesmo adotado em diversas empresas de outros setores, mas há alguns elementos que são muito importantes e que merecem atenção especial, como o diálogo com os Stakeholders e a implementação de auditorias (tanto internas quanto independentes). "A partir de uma base bem definida e uma abordagem integrada estratégica de ESG, as empresas abrem o caminho para que processos importantes, como a gestão de riscos, planos de mitigação e clara definição das políticas internas, possam ser implementadas resultando em ganhos na reputação e produtividade", finaliza Camargo.